MÉDICA ALERTA: USO DESENFREADO DE REDES SOCIAIS AFETA SAÚDE MENTAL E DESGASTA RELAÇÕES
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, mais de 16 mil pessoas cometeram suicídio no Brasil.
O mês de setembro chega ao fim, mas o alerta do combate ao suicídio na sociedade ainda precisa ser muito debatido. Observar como anda a saúde mental e buscar auxílio psicológico quando necessário são ações urgentes se considerarmos a evolução do tema na sociedade atual.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, mais de 16 mil pessoas cometeram suicídio no Brasil. Para a médica e professora do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras, Polyana Santos, não há uma fonte única e exata para o desencadeamento de transtornos mentais, já que cada caso deve ser analisado individualmente. Entretanto, alguns fatores como comparação, sentimento de inadequação, ansiedade, depressão e o uso excessivo das redes sociais, são alguns dos fatores que, quando não tratados por um especialista, podem aumentar as chances de suicídio.
Sem dúvidas, o meio digital é um ambiente que facilita o contato entre as pessoas, além de garantir conteúdos de diversas temáticas para diferentes públicos. Porém, a disponibilidade rápida de interação faz com que as pessoas percam o interesse por encontros presenciais e tenham crises ansiosas e comportamentos suicidas ao consumir conteúdos falsos.
Para a docente, o uso inadequado das redes sociais pode trazer diversos transtornos para as pessoas, como também afetar a qualidade do sono. “O uso excessivo de telas, como smartphones, tabletes, computadores e televisores, pode desencadear problemas físicos, mentais e sociais. No entanto, comparar-se com outras pessoas pode levar a uma baixa autoestima ou autoimagem negativa. Sentir-se desconfortável e inseguro são sentimentos recorrentes, principalmente no público jovem”, alerta Polyana Santos.
A médica destaca ainda que são sinais de atenção: isolamento, esgotamento, hábitos compulsivos, ganho de peso e alterações na qualidade do sono. Adolescentes que apresentam algum tipo de transtorno costumam ficar mais introspectivos, afastando-se dos seus grupos sociais e apresentando também alteração no apetite, comendo pouco ou mais vezes ao dia na frente das telas.
Observação familiar
Como perceber que uma criança e um adolescente estão com a saúde mental afetada? Quais os sinais? A médica ressalta a importância de observar a mudança de comportamento do filho e analisar como está o nível de relacionamento social dessa criança ou adolescente. “Queda no rendimento escolar, transtorno do sono, irritabilidade e falta de motivação podem ser combatidas com a fixação de horários e rotina, incentivo a práticas esportivas, alimentação e noites de sono adequadas. Esses são os primeiros passos para inibir o desenvolvimento de uma depressão com riscos graves no futuro”, conclui.