ECONOMIA – Guedes propõe aumento de R$ 400 em vale-alimentação de servidor
Ele considera que um reajuste salarial linear, contemplando também os aposentados, custaria cerca de R$ 8,5 bilhões
O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu ao presidente Jair Bolsonaro (PL) conceder um benefício de R$ 400 ao funcionalismo público federal, a ser incorporado no vale-alimentação, sem estar sujeito a tributação (livre de Imposto de Renda). Guedes considera que este não é o momento para o reajuste de servidores. De acordo com ele, a nova proposta de usar o montante de R$ 1,7 bilhão separado no Orçamento atende de alguma forma o funcionalismo.
A equipe econômica considera que o ajuste do auxílio alimentação só contempla o Executivo Civil ativo, em torno de 480 mil pessoas, o que faria com que o aumento dado coubesse dentro do atual orçamento disponível de R$ 1,7 bilhão, já que o benefício só começaria a ser pago em abril, e um reajuste salarial linear teria um impacto maior, contemplando também os aposentados, com um custo estimado de R$ 8,5 bilhões.
A medida é considerada de baixo impacto para a chamada “elite do funcionalismo”, mas, segundo técnicos da pasta, representa um aumento de cerca de 10% para uma boa parte dos servidores, que ganha por volta de R$ 4 mil.
O argumento é de que o presidente estará atendendo de forma linear todos os servidores dentro da possibilidade orçamentária, sem cometer injustiças e ajudando a base da pirâmide do funcionalismo.
O aumento de R$ 400 do vale-alimentação para todos os servidores públicos federais é também uma tentativa da equipe de Guedes para segurar o movimento grevista em Brasília.
Desde o fim de dezembro, categorias do funcionalismo vêm pressionando o governo por aumentos, após o presidente acenar com a possibilidade de elevar salários de policiais federais.
Como resultado ocorreram paralisações, entregas de cargos comissionados, operações padrão e ameaças de greve.
Atualmente, todos os servidores públicos federais recebem vale-alimentação de R$ 458 por mês. Com o aumento sinalizado pelo governo, o valor quase dobraria.