POLÍTICA – Cotado para vice de Wagner, Roberto Muniz adota estratégia do silêncio

Cotado para ser candidato a vice-governador na chapa de Jaques Wagner (PT), o ex-senador Roberto Muniz (PP) tem adotado a estratégia do silêncio. O progressista ainda não se manifestou sobre a possibilidade de disputar o cargo na eleição deste ano, no entanto, há rumores de que estaria empolgado com a especulação.

Integrantes da cúpula do PT torcem, reservadamente, para que Muniz seja o nome para a composição. Isso porque que, na avaliação deles, o ex-senador seria um “bom interlocutor da classe empresarial”. Além disso, Muniz não teria qualquer aproximação com o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), como o deputado Ronaldo Carletto. Petistas resistem ao nome de Carletto justamente porque o parlamentar tem se alinhado a pautas do Palácio do Planalto.

Engenheiro por formação, Muniz tem um currículo expressivo. Já foi prefeito de Lauro de Freitas, vice-prefeito e deputado estadual. Assumiu o posto de senador quando o titular Walter Pinheiro (sem partido) se afastou do cargo para ser secretário estadual. No período em que esteve no Senado, Muniz se posicionou e votou contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Na época, argumentou que o impeachment criava “um grave precedente” e condenou a “banalização” do instituto.

“Esse julgamento poderá gerar uma grande insegurança jurídica”, disse. Muniz, entretanto, votou a favor da reforma trabalhista em 2017, proposta pelo governo do presidente Michel Temer (MDB). O posicionamento desagradou o governador Rui Costa (PT) na época. “Eu acho que elas (as reformas) retiram os direitos dos trabalhadores. Você não pode votar a favor de uma reforma que retira ganho, que é o salário mínimo”, declarou Rui na época.

Pré-candidato à Presidência do PT, Lula tem se posicionado contra o texto e tem dito que revogará a lei, se for eleito. O ex-senador Roberto Muniz não quis se pronunciar sobre as especulações.