BAHIA – Após novo aumento dos combustíveis, Rui cobra política para questão energética
O ano de 2022 já conta com quatro aumentos seguidos.
Com quatro aumentos seguidos apenas em 2022, por parte da Refinaria Mataripe, antiga Landulpho Alves, os combustíveis ficaram cerca de R$ 0,11 mais caros na Bahia. O novo reajuste foi anunciado pela empresa no último sábado (5), e na manhã desta segunda-feira (7), o governador Rui Costa (PT) afirmou que o Brasil precisa de uma política específica para a questão energética. Segundo o gestor, sem garantia de energia acessível, “nenhum país do mundo se desenvolve”.
“Nenhum país do mundo se desenvolve sem ter uma garantia de energia acessível, barata, para a indústria, comércio, atividade produtiva e ter acesso para as camadas mais populares, para ter energia suficiente para se manter. Eu acho que infelizmente o atual governo brasileiro não faz qualquer política de incentivo e apoio para produção energética. Essa história de nivelar combustível a preço de dólar… Se a empresa pública está fazendo isso, qual é a condição de se falar de uma empresa privada?”, disse o governador ao ser questionado pelo Bahia Notícias sobre o tema, durante a aula inaugural no Instituto Anísio Teixeira (IAT).
Ainda em sua avaliação, Rui aponta que os aumentos são um “peso exagerado” para as camadas populares e para o setor de produção do país. De acordo com o petista, o preço da energia fica inacessível, o que eleva o custo de produção e custo social.
“Isso não se define a partir do estado, não tem legitimidade constitucional para entrar na regulação de preço. Tem um projeto de lei inclusive que os governadores referendaram, o senador do Rio Grande do Norte está apresentando e busca criar um fundo de compensação a preço de combustíveis para que tenhamos preços mais acessíveis”, finalizou o governador.
NOVO REAJUSTE?
De acordo com o presidente do Sindicombustíveis da Bahia, Walter Tannus, os preços praticados pela Acelen são os mais elevados do país e nos últimos 12 meses os postos já demitiram mais de 6.000 trabalhadores.
“Esses aumentos constantes da Acelen estão inviabilizando a economia baiana e penalizando o consumidor, que está sentindo o galopar dos preços, refletindo numa redução drástica do consumo”, alerta Tannus.
A Acelen, veículo do fundo árabe Mubadala, comprou a refinaria em dezembro do ano passado por US$ 1,65 bilhão (R$ 8,7 bilhões, pela cotação atual). Segundo o Observatório Social da Petrobras, sua gasolina de Mataripe custa hoje R$ 3,32 por litro, R$ 0,14 a mais do que a média cobrada pela estatal. O diesel-S10 é vendido pela empresa a R$ 3,676 por litro, R$ 0,06 acima do praticado pela estatal.
Em janeiro, enquanto a Petrobras promoveu um reajuste em seu preço de venda do combustível, no dia 11, a Acelen anunciou três aumentos, nos dias 1º, 15 e 22. Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) mostram que a gasolina nos postos da Bahia ficou 3% mais cara em janeiro, enquanto na média nacional o aumento foi de 0,9%.
Na última semana de janeiro, o preço médio da gasolina no estado ultrapassou a barreira dos R$ 7 por litro, chegando a R$ 7,024. Além da Bahia, quatro estados tinham preço médio acima desse patamar no mesmo período: Acre, Goiás, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.