SAÚDE – Sociedade Brasileira de Patologia Clínica apoia autoteste da Covid, mas aponta preocupações
Os dados sobre a sensibilidade em diagnosticar a covid-19 são limitados quando é feita a autotestagem.
A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) se posicionou, nesta segunda-feira (17), favoravelmente à adoção do chamado “autoteste” da Covid-19. A entidade, entretanto, ressaltou que algumas situações precisam ser avaliadas e que todos os cuidados e boas práticas laboratoriais devem ser observados e seguidos, para que o resultado seja confiável.
“O autoteste para covid-19 é uma ferramenta com potencial utilidade, principalmente nas epidemias em que se deseja a testagem em massa para monitoramento da situação epidemiológica e direcionamento nos esforços para contenção da pandemia no território nacional”, disse a SBPC/ML, em resposta.
O teste de antígeno existe cuidados e interpretação correta dos resultados.
“Em relação à autotestagem, na qual o próprio paciente realiza a coleta, os dados sobre a sensibilidade em diagnosticar a covid-19 são limitados. O teste de antígeno, apesar de ser considerado um teste de fácil realização, exige cuidados com relação ao seu correto manuseio e interpretação do resultado, pontos de preocupação no momento da utilização deste teste pelo próprio paciente para fins diagnósticos ou mesmo legais”, continuou.
Apesar de reconhecer a importância da autotestagem neste momento da pandemia no Brasil, a SBPC/ML enumerou seis preocupações com a adoção deste modelo de triagem.
Em primeiro lugar, a entidade defende que o autoteste não deve ser realizado para pacientes sintomáticos, em especial graves, para orientar a conduta médica.
Depois a SBPC/ML alerta que o autoteste carrega uma subjetividade que desafia até mesmo profissionais experientes, quando o resultado tem reatividade fraca.
Em terceiro lugar, a entidade diz que a coleta da amostra na região nasal, e não na nasofaringe, pode impactar na sensibilidade do exame.
Além disso, em um quarto apontamento, a SBPC/ML alerta para a possibilidade de trauma na mucosa nasal, caso a coleta da amostra não seja realizada com o cuidado necessário.
Em quinto lugar, a entidade lamenta que, no caso do autoteste, não há possibilidade de gerar um laudo laboratorial, com o nome do responsável técnico validando todas as fases do processo de diagnóstico.
Por fim, a SBPC/ML requer que o Ministério da Saúde desenvolva um sistema de notificação pelo paciente para casos positivos, garantindo, assim, rastreabilidade e monitoramento epidemiológico pelas autoridades sanitárias.