ECONOMIA – Na Alemanha, Rui tenta atrair projeto de energia renovável para indústria baiana.
Governador se reuniu com executivos da Siemens Energy, empresa com sede no país e que é líder em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT) se reuniu nesta segunda-feira (18), em Berlim, capital da Alemanha, com executivos da Siemens Energy, empresa com sede no país e que é líder em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e soluções para projetos voltados à geração e transmissão de energia limpa em escala mundial.
Em missão internacional, o governador conheceu a tecnologia da companhia para a produção e aplicação de hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro e que pode vir a ser produzido no estado.
Acompanhado dos secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico, Nelson Leal; de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti; e do superintendente de atração de investimentos da SDE, Paulo Guimarães, Rui apresentou a estrutura do território baiano para receber novos investimentos nessa área.
“Nesta primeira agenda, discutimos sobre projetos de energia eólica, energia solar e sobre desenvolvermos um projeto piloto para a produção de hidrogênio verde, que é o futuro da geração de energia, discutido no mundo inteiro. Também falamos de outras parcerias com a Siemens Energy na área de automação, segurança, saúde e mobilidade urbana, que devem gerar emprego e renda para o povo baiano”, disse o governador.
O hidrogênio é o combustível mais eficiente que existe, tendo três vezes mais capacidade energética que a gasolina. É usado, inclusive, pela Nasa em foguetes espaciais. A desvantagem do uso do hidrogênio em escala industrial é que a produção atual usa gás natural e gera grande quantidade de gases de efeito estufa. A saída que vem sendo desenvolvida pela Siemens Energy e que motivou a visita do governador à empresa é a produção limpa de hidrogênio por meio da eletrólise, um processo químico que usa energia renovável e água.
No encontro, a Siemens Energy apresentou as funcionalidades do hidrogênio verde para a mobilidade, servindo de combustível para ônibus urbanos, aviões, navios, e como a produção limpa e em grande escala permitirá alimentar indústrias. Eles também apresentaram um projeto piloto instalado no Chile, que vai usar hidrogênio verde para fabricar gasolina.
De acordo com o diretor de Relações Governamentais da Siemens Energy no Brasil, Henrique Paiva, a Bahia tem todas as condições para receber esses investimentos.
“Saímos muito felizes desse encontro porque compartilhamos das mesmas visões de desenvolvimento de mundo com a delegação da Bahia. O estado tem toda a estrutura necessária para esta nova produção. Tem energia eólica, pessoas qualificadas, fábricas, consumo local e porto pra exportação. Basta confluir para as alianças estratégicas entre todos os participantes desta parceria”, afirmou.
O crescente mercado global de hidrogênio verde deve valer US$ 11 trilhões até 2050, segundo estimativas dos especialistas. Com atuação em 90 países, a Siemens Energy gera mais de 90 mil empregos mundo afora. A empresa atua na Bahia desde 2011, com a Siemens Gamesa, que investiu R$ 400 milhões numa unidade em Camaçari, onde fabrica geradores eólicos e emprega 180 pessoas.
“A chegada da energia eólica e solar mudou a realidade das regiões onde elas se instalaram na Bahia, com geração de emprego e renda, que reflete no comércio e qualidade de vida das pessoas. Queremos ampliar esses efeitos com novas parcerias”, ressaltou Rui.
O governador também propôs que a Siemens Energy participe, como parceira do Estado, na formação técnica de estudantes que moram nas regiões onde existem parques de energia renovável. A ideia é que esses jovens da rede estadual sejam preparados para atuar na manutenção e implantação desses projetos de energia limpa.