ECONOMIA – Guedes diz que dólar deveria estar descendo, mas barulho político não deixa.
Segundo ele, o câmbio de equilíbrio no país deveria ser entre R$ 3,80 e R$ 4,20.
O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta terça-feira (14) que o dólar deveria estar descendo, mas isso não ocorre porque o “barulho político” não deixa. Segundo ele, o câmbio de equilíbrio no país deveria ser entre R$ 3,80 e R$ 4,20.
Membros do Ministério da Economia vinham demonstrando preocupação com a radicalização de discursos do presidente Jair Bolsonaro, sob a avaliação de que os ataques feitos pelo mandatário impactam indicadores econômicos e o dólar, atingem diretamente a população e dificultam a retomada da atividade. Analistas de mercado compartilham dessa avaliação.
Em evento do BTG Pactual, Guedes disse que “os atores comentem excessos”, citando como exemplo Bolsonaro e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Para ele, o dólar deveria estar em outra trajetória.
“Estamos indo para meio trilhão de dólares de corrente de comércio com o mundo, nunca aconteceu antes, US$ 100 bilhões na balança comercial, nunca aconteceu antes. […] Então, esse dólar já era para estar descendo mesmo, mas o barulho político não deixa descer”, disse.
Afirmou que tem mais tempo para as exportações.
“Não tem problema. Mais tempo para as exportações, para nossa substituição de importações ir funcionando. Não tem problema, não temos pressa, o negócio é fazer a coisa certa”, afirmou.
Segundo o ministro, o atual governo corrigiu fundamentos da economia ao alterar a trajetória de gastos públicos. Segundo ele, esse cenário levaria os juros a patamares mais baixos e o dólar a um valor um pouco mais alto. Para o ministro, no entanto, esse valor de equilíbrio deveria ser mais baixo atualmente.
“O câmbio de equilíbrio devia ser hoje uns R$ 4,00, R$ 3,80 se estivesse tudo normal”, disse.
Nesta terça, a moeda americana operou em R$ 5,25.
No evento, Guedes afirmou que a democracia brasileira é resiliente e sofisticada. Para ele, as instituições são robustas o suficiente para corrigirem excessos.
“Os atores cometem excessos, às vezes o presidente sai do cercado, às vezes um ministro do STF prende pessoas, toda hora tem um que pula fora da cerca, dá um passeio no lado selvagem. O que acontece? As instituições se aperfeiçoam e convidam o cidadão a voltar para o cercadinho. São robustas as instituições”, afirmou.
Fonte: Bahia Notícias