BRASIL – Com iminente derrota, governo consegue manobra e adia votação avaliar voto impresso.
Após uma sessão tumultuada e marcada por alegações de falhas tecnológicas no sistema de deliberação remota.
A comissão especial da Câmara sobre o voto impresso foi encerrada na última sexta-feira (16) sem apreciação da proposta. Isto aconteceu após uma sessão tumultuada e marcada por alegações de falhas tecnológicas no sistema de deliberação remota por deputados apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com o Estadão, o presidente do colegiado, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), encerrou a sessão após o relator Filipe Barros (PSL-PR) pedir mais tempo para aplicar alterações em seu parecer. Após o encerramento, não há prazo para a retomada da sessão.
Após o fim tumultuado da sessão, a oposição prometeu reações.
“Foi uma aberração, uma absoluta desonestidade”, disse o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). “A comissão foi vítima de um bando”, acrescentou o petista. Ele chamou Martins de “picareta”.
A reunião ocorrida nesta sexta, último dia antes do recesso parlamentar, foi articulada por um conjunto de 18 deputados titulares e um suplente do colegiado, todos resistentes à ideia de mudar o atual sistema da urna eletrônica. O autor do requerimento foi o deputado Hildo Rocha (MDB-MA).
Por outro lado, a PEC do Voto impresso é de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), aliada a Bolsonaro. Ela já deu declarações antidemocráticas afirmando que ou fazemos eleições limpas ou não temos eleições.
Segundo a reportagem, o líder do governo, Ricardo Barros (PP-RR), tentou, via requerimento, que a discussão fosse retirada da pauta. No entanto, isto foi negado. Assim, foi preciso adotar outra manobra. Barros disse que queria fazer ajustes no texto, e Martins acatou o pedido.