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BRASIL: Vereador que ofendeu baianos pede desculpas e chora: “Profundamente arrependido”

Após a repercussão do caso e do risco de perder o mandato, o vereador disse que está “profundamente arrependido”.

O vereador de Caxias de Sul, Sandro Fantinel (sem partido), publicou um vídeo nas redes sociais se desculpando pelos ataques xenofóbicos que proferiu contra os baianos para defender os empresários de vinícolas autuadas por trabalho análogo à escravidão.

Após a repercussão do caso e do risco de perder o mandato, o vereador disse que está “profundamente arrependido”. “Registro que tenho muito apreço ao povo baiano e a todos do Norte/Nordeste do país. Em um momento de lapso mental, proferi palavras que não representam o que eu sinto pelo povo da Bahia e do Norte/Nordeste”, diz, enquanto lê a nota.

“Se as pessoas me atacassem a mim (sic), se eu pagasse pelos erros que eu cometi, a gente paga, porque quando a gente erra a gente tem que pagar. Mas o que tá acontecendo, meu povo, é que minha esposa chora noite e dia recebendo mensagens ofendendo ela com todos os pior nome que vocês pode imaginar (sic). Ela tá pensando até em me deixar”, afirma o vereador emocionado.

Depois do discurso preconceituoso, Fanatiel foi expulso do Patriota, partido que o abrigava até esta quarta-feira (1º). De acordo com o Patriota, o pronunciamento de Fantinel na Câmara Municipal de Caxias do Sul foi “está maculado por grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho, já que se refere de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante”.

As Defensorias Públicas da Bahia e do Rio Grande do Sul elaboraram e protocolaram, uma representação na Comissão de Ética da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul pedindo a cassação do mandato do vereador.

No documento, as Defensorias pedem que “seja determinada a notificação do vereador para que apresente sua defesa e que, ao final, após análise do mérito, seja determinada a cassação do mandato, ante a conduta configuradora de violação do decoro parlamentar e tipificada como crime de racismo na Lei federal nº 7.716/89, bem como, nos termos da legislação vigente pertinente”.

Além do pedido de cassação, as entidades protocolaram uma notícia-crime solicitando que sejam adotadas providências por parte do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) em relação ao político.

RELEMBRE O CASO

No dia 24 de fevereiro a Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou cerca de 150 pessoas em condições de trabalho análogo à escravidão, na região de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. O grupo, em sua maioria, era composto por baianos, recrutados no estado de origem e que ao chegar no local, encontravam uma situação diferente das prometidas pelos empregadores.

Os trabalhadores relataram diversas situações que passavam, tais como atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas de trabalho e alimentos estragados.

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