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O baratão

BAHIA – Ricardo Barros questionou o fechamento das escolas, afirmando que os professores “não querem trabalhar”. 

Baianos saem em defesa dos professores após ataque do líder governista na Câmara.

Membros titulares da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, as deputadas Alice Portugal (PCdoB) e Lídice da Mata (PSB) e o deputado Bacelar (Podemos) reagiram aos ataques feitos pelo líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (Progressistas), contra os professores. Em entrevista à CNN Brasil, Barros questionou o fechamento das escolas durante a pandemia, afirmando que os professores “não querem trabalhar”.

“É absurdo a forma como estamos permitindo que os professores causem tantos danos às nossas crianças na continuidade da sua formação. O professor não que se modernizar, não quer se atualizar. Já passou no concurso, está esperando se aposentar, não quer aprender mais nada”, disse Barros em entrevista.

Segundo Barros, não tem nenhuma razão para o professor não dar aula e as escolas não pedem a conectividade [Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC)] porque a diretora que está lá não entende de informática.

“Se ela pedir a conectividade, vai perder a direção para uma professora que tenha mais habilidade nessa área”, criticou o líder do governo.

Para Alice Portugal, a fala de Barros resulta do desconhecimento integral do trabalho do professor brasileiro. Segundo ela, é essa condição que tem sustentado, no Congresso, a apreciação de uma projeto que transforma a educação em serviço essencial no contexto na pandemia. Se aprovado, a medida pode definir a abertura das unidades escolares, independente dos índices da pandemia.

“Ele não pode arriscar a vida de outras pessoas, dos alunos. Ele faz jus, sendo líder desse governo. Um projeto como esse, sem o debate na Comissão de Educação, sem critério. Depois instalando um conceito de essencialidade. Se fosse essencial não teria cortado verba que ele aprovou. É para retirar direitos. É um projeto sorrateiro e anti-educacional. É a contramão das medidas sanitárias, e vamos trabalhar para que isso não passe”, diz Alice.

Ela relembra que, mesmo sendo reduzida a ocorrência de manifestações graves da Covid-19 em crianças e jovens, elas, ainda assim, são transmissoras.w

“Completamente fora da realidade. Essa pandemia revelou a imensa disparidade, o fosso profundo entre a educação privada e pública no Brasil. Na escola privada, muitos terminaram em 2020 seu curso médio. Na escola pública, muitos poucos. É se aproveitando disso que alguns fazem esse nível de ataque. Um ataque vil, que não reproduz o comprometimento que os educadores têm em nosso país”, avalia Lídice.

Já Bacelar, sugere que o líder governista precisa fazer “um exame de consciência”. O deputado enfatiza que o acesso à educação só foi elevada a condição de direito universal no Brasil recentemente. Bacelar defende que o retorno das aulas presenciais sejam amparadas no critérios da segurança.

Quem conhece a rede pública de ensino sabe que 15% das escolas não tem água potável. O governo quer criar um ‘covidário’. Vamos vacinar e seguir os protocolos de segurança, destaca. Sobre a declaração de Barros, o deputado avalia que está a altura de quem lidera a bancada parlamentar de um governo negacionista, retrogrado e incompetente.

“Os grandes avanços da educação brasileira se deram graças ao trabalho incansável, até mesmo heroico do professor, mesmo ele sendo desprestigiado, com baixa remuneração, trabalhando em ambientes sem condição de trabalho”, defende o parlamentar.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/

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