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SAÚDE : Ministério Público cria grupo de trabalho para acompanhar enfrentamento da varíola dos macacos na Bahia

Órgão solicitou ao Lacen-BA informações sobre recebimento de amostras e confirmação laboratorial.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) criou um grupo de trabalho para acompanhar as ações de enfrentamento da monkeypox, vírus causador da varíola dos macacos, na Bahia. O órgão solicitou ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-BA) informações sobre o recebimento de amostras e a confirmação laboratorial dos casos da doença no estado.

No ofício, o GT pede que o Lacen indique a demanda atualmente existente e o tempo médio de espera das análises realizadas pelo Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz.

O MP-BA oficiou também a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) para que informe as medidas adotadas para prevenir casos de monkeypox no sistema prisional, evitar a transmissão e o contágio entre a população prisional e os funcionários do sistema.

Foi oficiada ainda a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (Sesab) para que informe as medidas adotadas nas unidades públicas de ensino relativamente à prevenção de casos de monkeypox, para evitar contágio entre crianças e funcionários. Os ofícios foram enviados na terça-feira (9).

O Ministério Público da Bahia informou que os pedidos levam em consideração que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 23 de julho deste ano, emergência de saúde pública de interesse internacional pela disseminação do vírus monkeypox.

Considerou ainda que, que até o momento, segundo informações da Sesab, foram registrados 20 casos de monkeypox no estado, sendo 14 em Salvador, dois em Santo Antônio de Jesus, um em Cairu, um em Conceição do Jacuípe, um em Ilhéus e um em Mutuípe.

O GT Monkeypox foi criado para acompanhar as políticas públicas instituídas para o enfrentamento do vírus monkeypox e da doença varíola dos macacos.

Instituído por ato da procuradora-geral de Justiça Norma Cavalcanti, publicado no dia 4 de agosto no Diário de Justiça Eletrônico.

O promotor de Justiça Rogério Queiroz, com atuação na área de Saúde, foi designado para atuar no grupo. Ele preside procedimento sobre as medidas em andamento quanto ao tema tomadas pelo Governo do Estado e Municípios de Salvador e Madre de Deus.

A Monkeypox se assemelha à varíola humana, que foi erradicada em 1980. Os principais sintomas da doença são febre, dores de cabeça, musculares e nas costas, adenomegalia, calafrios e exaustão. A infecção é autolimitada com sintomas que duram de 2 a 4 semanas, geralmente dividida em dois períodos:

  • Invasão, que dura entre 0 e 5 dias, com febre, cefaleia, mialgia, dor das costas e astenia intensa;
  • Erupção cutânea começa entre 1 e 3 dias após o aparecimento da febre. A erupção tem características clínicas semelhantes com varicela ou sífilis, com diferença na evolução uniforme das lesões.

O que é a varíola dos macacos?

A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada. A transmissão pode ocorrer pelas seguintes formas:

  • Por contato com o vírus: com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.
  • De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.
  • Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis;
  • Da mãe para o feto através da placenta;
  • Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele;
  • Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.

Isolamento

Pacientes com suspeita da doença devem ficar em isolamento, em um local com boa ventilação natural. É recomendado que ambientes comuns, como banheiro e cozinha, fiquem com janelas abertas. Caso more com outras pessoas, deve-se usar a máscara cirúrgica bem ajustada, protegendo a boca e o nariz.

Além disso, é importante que o paciente lave as mãos várias vezes ao dia, preferencialmente com água e sabonete líquido. Se possível, deve usar toalhas de papel descartável para secá-las.

Quem estiver com suspeita também não compartilhar alimentos, objetos de uso pessoal, talheres, pratos, copos, toalhas ou roupas de cama. Os itens só podem ser reutilizados após higienização.

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