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SAÚDE : Brasil tem 36 milhões de vacinas da gripe paradas em postos de saúde

Das 79,9 milhões de doses distribuídas pelo governo federal, somente 43,5 milhões foram aplicadas, mesmo com ampliação da campanha

Duas semanas após o Ministério da Saúde prorrogar a campanha de vacinação contra a gripe para toda a população, os postos de saúde acumulam 36,4 milhões de doses paradas. Das 79,9 milhões de doses distribuídas pelo governo federal, somente 43,5 milhões foram aplicadas. Isso equivale a 54,4% do total.

Os dados foram analisados pelo Metrópoles, com base em material publicado pelo LocalizaSUS, plataforma de prestação de contas do Ministério da Saúde. A reportagem considerou dados publicados até a última sexta-feira (8/7).

O maior problema do adoecimento por gripe nesse período é que o acúmulo de enfermos pode pressionar os serviços de saúde do país devido os casos de Covid-19, doença causada pelo coronavírus.

Da população alvo – crianças, trabalhadores na saúde, gestantes, puérperas, indígenas, idosos e professores – somente 57,9% recebeu a proteção. O grupo é composto por 54,7 milhões de pessoas.

As gestantes, puérperas (mulheres que deram à luz recentemente) e crianças sequer atingiram a marca de metade do público imunizado.

Veja o percentual de vacinação, subdividido por categoria do público alvo:

  • Puérperas – 42,2%
  • Povos indígenas – 59,3%
  • Gestantes – 41,1%
  • Crianças – 48,3%
  • Trabalhadores da saúde – 63,5%
  • Idosos – 62,7%
  • Professores – 52,7%

A campanha, desde o início, vinda em um ritmo lento. O Ministério da Saúde, na tentativa de alavancar os números, prorrogou a campanha até 24 de junho (inicialmente, terminaria em 3 de junho). Com a baixa procura, a pasta liberou a imunização de toda a população.

Dalcy Albuquerque, médico da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), classifica o panorama como “lamentável”.

“A vacina está disponível, é boa, já bastante utilizada, já conhecemos não se tem efeitos colaterais e a sua efetividade”, ressalta.

Vacina segura
Albuquerque explica que a vacina é segura.

“A dose não é de vírus vivo. Ela é formada de partículas virais. É como se pegássemos o vírus, matássemos e partíssemos em várias partes”, acrescenta.

O especialista faz um apelo aos que ainda não se imunizaram.

“Repensem essa atitude e procurem as unidades de saúde e se vacinem. É uma pena que as pessoas abram mão desse direito civil e do direito de se prevenir”, conclui.

Versão oficial
O Ministério da Saúde que tem trabalhado em estratégias para reverter as baixas coberturas vacinais, em parceria com estados e municípios, de acordo com nota enviada ao Metrópoles.

“A pasta incentiva a população a se vacinar contra as doenças imunopreveníveis, incluindo influenza, e esclarece o benefício e segurança das vacinas, por meio dos seus canais oficiais de comunicação”, garante.

O Ministério da Saúde reforça que a vacina é a melhor estratégia de prevenção contra a influenza e suas complicações.

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