POLÍTICA – Para Lula, venda da BR Distribuidora é responsável pela alta de preços dos combustíveis
Ele lembrou que em 2008, em seu governo, o barril de petróleo chegou a US$ 147, mas o litro da gasolina era de R$ 2,60
Ao participar, nesta segunda-feira (4), do lançamento da plataforma da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para as eleições deste ano, o pré-candidato do PT à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a abordar a situação da Petrobras e relacionou a alta desenfreada nos preços dos combustíveis à decisão de vender a BR Distribuidora, sob argumento de aumentar a concorrência e reduzir preços, mas o efeito foi o oposto.
De acordo com Lula:
“O argumento para fatiar a BR foi de que, no Brasil, faltava concorrência e de que, com a competição, a tendência era o preço baixar. Muita gente acreditou nisso. Hoje nós temos 392 empresas importando gasolina a preço de dólar e vendendo a preço de dólar. Muita gente acha que é normal”, disse, lembrando que a Petrobras foi destruída após a saída do PT do poder, assim como as indústrias naval e de óleo e gás.
Ao comentar sobre a necessidade de “abrasileirar” os preços dos combustíveis, o ex-presidente lembrou que em 2008, em seu governo, o barril de petróleo chegou a US$ 147, mais que a cotação dos últimos dias, mas o litro da gasolina era de R$ 2,60, enquanto atualmente, em alguns lugares, chega a R$ 8, o que acontece pelo fato de que, desde 2017, os reajustes se dão com base na chamada Política de Paridade de Importação, que incorpora a variação do mercado internacional.
O ex-presidente criticou a falta de reação da sociedade à destruição que acontece no Brasil.
“Pelo jeito que o povo está abandonado, era de se esperar que o povo estivesse com mais disposição de luta. Isso não acontece. A gente não está conseguindo fazer a mobilização que a gente acha que tem que fazer. A gente não está fazendo com relação à Petrobras, em defesa dos gasodutos, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, não vai fazer contra a venda da Eletrobras”.